quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

McDonalds´s não quer mais suínos confinados


A rede de lanchonetes McDonald’s está pressionando seus fornecedores de carne de porco a não mais confinarem as porcas reprodutoras em pequenos espaços. O esforço é visto como resposta a problemas levantados pelos defensores dos direitos animais. De acordo com matéria veiculada no jornal The Wall Street Journal, a empresa afirmou há algumas semanas que os pequenos cercados onde ficam as reprodutoras "não são um sistema de produção sustentável" e que há alternativas que "são melhores para o bem-estar das porcas". A mudança foi anunciada em conjunto com a Sociedade Humanitária dos Estados Unidos, que elogiou a decisão. 


Em geral, nos Estados Unidos as baias de gestação – como são chamados os cercados -- confinam as porcas cujos filhotes são criados e abatidos para fabricação de bacon e salsichas. As baias têm, em média, 60 centímetros de largura e impendem movimentos como o de se virar, com espaço suficiente apenas para que as porcas se levantem e deitem.

O anúncio é o mais recente de uma série de medidas adotadas pelo McDonald's e outras cadeias de restaurantes para melhorar sua imagem pública, em um momento em que elas estão sob pressão, não só de grupos ativistas como também de alguns consumidores, para que adotem práticas mais saudáveis e favoráveis ao meio ambiente.

Na avaliação de Arnaldo Einjisk, superintendente do grupo brasileiro JD, que desde 2005 investe na suinocultura natural no Brasil, a decisão é acertada e sinaliza uma tendência para o setor. “Os consumidores estão preocupados com a maneira que os animais são criados e isso deve provocar mudanças no sistema de produção de diversos países”, diz. O grupo JD acredita que a adoção de sistemas naturais de criação deve ajudar a elevar o consumo de suínos no Brasil. A empresa é detentora do selo “Certified Humane”, que atesta a preservação do bem-estar animal na criação de bovinos e suínos, através da nutrição equilibrada, sem antibiótico ou hormônio, existência de abrigos e áreas de repouso para os animais e condições que permitem a manifestação do comportamento natural dos animais.
Ações
maior produtor de suínos dos Estados Unidos, a Smithfield Foods disse que completou um terço do seu plano de 10 anos para passar todas as porcas para "sistemas de habitação em grupo". A Cargill também está implementando planos para substituir as gaiolas. Há cerca de 5,8 milhões de porcas reprodutoras nos Estados Unidos, em uma população total de 65,9 milhões de suínos, segundo dados doDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). O McDonald's compra cerca de 1% de total da carne de porco produzida no país.

Sob a pressão do grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), o McDonald's conseguiu em 2000 que seus fornecedores de ovos parassem de praticar a "muda forçada", em que as galinhas perto do fim da sua vida produtiva são privadas de comida para forçá-las a botar mais ovos e exigiu que seus fornecedores de ovos aumentassem o tamanho das gaiolas das galinhas poedeiras.

Outras cadeias de lanchonetes vêm trabalhando em estreita colaboração com grupos defensores dos direitos dos animais para modificar suas práticas. A Burger King deu destaque a um prêmio que recebeu há alguns anos da Peta, reconhecendo as melhorias que fez na área do bem-estar animal. Para Tom Vilsack, secretário do Departamento de Agricultura, o McDonald's é capaz de promover uma mudança na maneira como a indústria de carne de porco funciona, devido ao tamanho da empresa e ao seu volume de compras.

Revista Globo Rural

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Biologia do Solo ( Penergetic )



As comunidades de organismos micro e macroscópicos que habitam o solo, realizam atividades imprescindíveis para a manutenção e sobrevivência das comunidades vegetais e animais. No solo as principais atividades dos organismos são, a decomposição da matéria orgânica, produção de húmus, ciclagem de nutrientes e energia, fixação de nitrogênio atmosférico, produção de compostos complexos que causam agregação do solo, decomposição de xenobióticos e controle biológico de pragas e doenças, proporcionando assim, condições ideais para uma biodiversidade extremamente elevada.Com base em seu tamanho, a biota do solo pode ser dividida em micro, meso e macroorganismos, tanto de fauna e flora. A densidade de todos os grupos de organismos varia em função de características edáficas e climáticas específicas de cada ambiente. As bactérias representam o grupo mais numeroso. Os fungos, bactérias e minhocas são aqueles que geralmente apresentam maior biomassa. Em termos de biomassa os organismos do solo podem exercer mais de 10 toneladas por hectare, quantidade esta equivalente ou até maior que as melhores produções de certas culturas agrícolas.A atividade biológica do solo é uma denominação genérica para a ação dos organismos vivos do solo, tanto animais quanto vegetais. Esses organismos têm forte influência na gênese e manutenção da organização dos constituintes do solo, principalmente nos horizontes superficiais. As raízes das plantas, por exemplo, alteram o pH do solo ao seu redor e, ao morrer e se decompor, deixam canais. Formigas, cupins e minhocas manipulam, ingerem e excretam material de solo formando microagregados e construindo poros.Os microorganismos são as bactérias, fungos e algas. A microfauna são protozoários, rotíferos, nematóides. A mesofauna são os ácaros, Collembolas, enquitríqueos. A macrofauna é representada por minhocas, cupins, formigas, coleópteros, arachnídeos, miriápodos, entre outros.Os principais fatores que afetam os microorganismos do solo são: substratos e fontes de energia, fatores de crescimento, nutrientes minerais, composição e força iônica da solução do solo, pH, composição e pressão atmosférica, umidade, potencial redox, temperatura e radiação solar, profundidade e cobertura vegetal, interações entre organismos e impactos antropogênicos.A diversidade biológica é definida como a variabilidade entre os organismos vivos. Os organismos edáficos apresentam alta diversidade metabólica e fisiológica o que os torna extremamente versáteis para ocupação dos diversos nichos ecológicos. Dependendo da fonte de carbono utilizada (CO2 ou substâncias orgânicas), da fonte de energia (luminosa ou química) e fonte de elétrons (inorgânica, orgânica ou água), os organismos são classificados em: • Autotróficos e heterotróficos, respectivamente organismos que assimilam carbono de fontes inorgânicas ou orgânicas;• Fototróficos e quimiotróficos respectivamente organismos que obtém energia da luz solar ou, da oxidação de moléculas orgânicas ou inorgânicas; • Litotróficos e organotróficos, respectivamente organismos que derivam equivalentes de materiais inorgânicos ou orgânicos. Os organismos do solo podem ser: BiófagosOrganismos biófagos alimentam-se de seres vivos, constituindo uma das bases do controle biológico - a predação. São classificados em: • Microbióvoros (que se alimentam de micróbios) tendo como exemplo amebas, ácaros, nematóides.• Fungívoros (que se alimentam de fungos) tendo como exemplos ácaros, nematóides. • Fitófagos (que se alimentam de plantas) tendo como exemplos insetos e, com destaque, nematóides que são importantes parasitas vegetais e carnívoros (nematóides, aranhas). Saprófagos Organismos saprófagos alimentam-se de matéria orgânica morta. Também podem ser chamados de onívoros, ou seja, que alimentam-se de tudo. Os saprófagos formam a base da quimiorganotrofia, como já mencionado, relacionada com a decomposição da matéria orgânica e podem ser classificados em: • Detritívoros - se alimentam de detritos vegetais em vários estágios de decomposição (vários tipos de organismos macro e microscópicos).• Cadaverícolas - se alimentam de carne podre/animais mortos (larvas de insetos). • Coprófagos - se alimentam de excrementos (bactérias, fungos e pequenos artrópodes). SimbiotróficosOrganismos simbiotróficos se nutrem de substâncias oriundas da simbiose com organismos vivos. As simbioses se dividem em mutualistas e parasíticas. No primeiro caso, os dois organismos são beneficiados e no segundo um deles é beneficiado e o outro prejudicado. Importantes organismos simbiotróficos são os rizóbios e os fungos micorrízicos.Microambiente do solo é uma situação físico-química na qual a célula, populações ou comunidades microbianas em particular se encontram num dado momento. Diversos fatores físicos e químicos atuam, simultaneamente determinando as condições ambientais que não são estáticas, mais dinâmicas, devido à interação dos diversos fatores. Para entender melhor a biologia do solo é importante ressaltar alguns dogmas:• A comunidade reflete seu hábitat.• Um organismo se multiplica até que limitações bióticas ou abióticas sejam impostas contrabalançando a taxa de crescimento. • Quanto maior a complexidade da comunidade biológica maior é sua estabilidade. • Para qualquer mudança de um fator, um ótimo diferente passa a existir para todos os outros fatores. O equilíbrio biológico de um ecossistema é baseado nas seguintes premissas: uma elevada complexidade biológica garante relações diversas, as quais limitam a explosão populacional gerando assim, condições de equilíbrio biológico do sistema. Uma comunidade em equilíbrio com seu ambiente sofre menor efeito de fatores externos e está sob estado denominado tampão biológico. Por outro lado, solos com comunidade diversa de organismos são mais resilientes, ou seja, se recuperam melhor dos estresses.A presença de um microorganismo em determinado solo é função das condições ambientais dominantes e dos limites da sua bagagem genética. O sucesso de um organismo em qualquer habitat é função da extensão e rapidez de suas respostas fisiológicas às condições ambientais extremas de salinidade, temperatura, pressão e pH sendo, portanto, encontrados em quase todos os ecossistemas terrestres, incluindo solos.Os microorganismos, por sua vez, participam da gênese do hábitat onde vivem. Nos estágios iniciais de formação do solo, carbono e nitrogênio são elementos deficientes, deste modo, espécies fotossintéticas e fixadoras de nitrogênio (cianobactérias, líquens) são importantes colonizadoras primárias de rochas. Fonte: SIQUEIRA, J. O.; MOREIRA, F. M. S. - Biologia e Bioquímica do Solo .Universidade Federal de Lavras

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