quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bebedouros: bem-estar animal e proteção ambiental no suprimento de água para bovinos de corte


A eficácia das técnicas, a crescente preocupação com a degradação ambiental e um comportamento humano economicamente orientado são fatores relevantes e indissociáveis na adoção de alternativas para o manejo animal. A garantia de um adequado suprimento de água na bovinocultura demanda tanto compreender o comportamento animal quanto demanda compreender a disposição e as preferências humanas na intervenção nesse suprimento. Para avaliar o comportamento de bovinos de corte frente a diferentes formas de suprimento de água foram desenvolvidos dois experimentos. No primeiro, com o objetivo de avaliar o efeito da fonte no suprimento de água sobre o comportamento e o desempenho de bovinos, oito grupos de seis novilhos foram supridos com água fornecida em bebedouros ou em açudes. No segundo experimento, utilizando quatro grupos de 12 animais, dentre os quais seis com e seis sem experiência prévia com bebedouros, foi verificado se a eventual preferência pelo bebedouro ou pelo açude seria afetada pelo fato dos animais já terem experiência com as alternativas apresentadas. Uma avaliação da percepção de produtores rurais sobre o fornecimento de água para os bovinos foi realizada com oito entrevistados, ouvidos quanto ao reconhecimento da importância e à disposição em melhorar o suprimento de água aos animais. Uma vez incorporada a experiência de beber em bebedouro, os bovinos desenvolveram uma preferência por essa alternativa de suprimento de água (P=0,0335), bem como ganharam mais peso do que aqueles que somente podiam beber em açude (P=0,0001), apresentando um ganho médio diário 29% superior durante o período experimental. É possível inferir que além de vantagens na criação animal em si, o uso de bebedouros concorre para a preservação de taludes e da qualidade dos cursos d’água. Os produtores consultados, todavia, somente incorporariam esse procedimento de suprimento de água em bebedouros se de fato verificassem vantagens econômicas.

Gabriela Schenato BICA. Laboratório de Etologia Aplicada - LETA, Dissertação de mestrado do curso de Agroecossistemas, CCA - UFSC. (2004)

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